Espetáculo “Pai” terá única apresentação no Memorial Vale
A peça vai ser apresentada no dia 4 de agosto, com entrada gratuita e com intérprete de Libras.
Com a montagem “Pai”, do ator Glicério do Rosário, o Memorial Vale presta homenagem ao Dia dos Pais. Em cena, o ator interpreta três personagens, numa relação dialética sobre a paternidade: um MC traz os conflitos de Ivan; um professor; e Mateus, um ator; pais em conflito sobre seu lugar social.
A montagem, que integra o projeto Gerais Cultura de Minas, traz o tom urbano do Rap, buscando relações sociais menos desiguais, com a potência do afeto de cuidar.
É necessária a retirada de ingressos uma hora antes do evento, sendo no máximo um par de ingressos por pessoa, com lugares limitados.
Glicério do Rosário apresenta um monólogo sobre a paternidade, apostando na construção de novos homens, sejam pais ou não, a partir das relações de cuidado e afeto. Concebido por Glicério do Rosário, a montagem chama atenção para as possíveis transformações sociais quando pais desenvolvem o afeto de "cuidar".
Por outro lado, alerta para os riscos quando o Estado (pai simbólico?) é omisso, perverso, perante o cidadão. Como nasce um pai? A partir dessa pergunta, no palco, um ator interpreta três personagens, numa relação dialética sobre a paternidade: um MC, um professor e um ator.
Ivan, um professor de história, pai de uma filha adotiva, descrente de qualquer possibilidade de resoluções por meios democráticos, devido à corrupção generalizada, lidera um grupo que pretende explodir a Esplanada dos Ministérios.
Em meio às reuniões virtuais de motivação e organização do ato, vê-se na necessidade de dispensar cuidados à filha e percebe-se envolvido num afeto que não experimentara até então. Percebe-se pai, no sentido mais amplo que poderia conceber, e vê-se no dilema da escolha entre a guerrilha e a paternidade.
Mateus, um ator, pai de dois filhos, integra a roda de pais da Paternidade Ativa. Entusiasta e incentivador da roda, aos poucos vai percebendo como esse grupo é seletivo, pouco sociabilizado.
Descontente em constatar que a maioria dos pais na sociedade não têm acesso ao que essa roda propicia de reflexões e mudanças comportamentais, tenta influenciar os pais da roda a ampliar suas ações, para mais pessoas, para mais espaços. Percebe-se revoltado com os rumos políticos e excludentes do país e, inclusive, da sua própria roda.
O Narrador-MC vai mostrando o desenvolvimento dos dois percursos. Vemos a história de Ivan e Mateus se entrelaçarem, se contaminarem e acompanhamos, também, o desenvolvimento do discurso do Narrador-MC, de alertar o Estado sobre os riscos de sua omissão.