O Complexo Cultural Funarte MG recebe, nos dias 18 e 19 de outubro, respectivamente, às 20h e 18h, o espetáculo “Habanera”, que recria um baile de salão da segunda metade do século XIX em Cuba e o transporta para os dias atuais.
Os ingressos podem ser adquiridos no Sympla.
Dirigido pelo artista cubano Dadyer Aguilera, “Habanera” incorpora elementos espaciais e movimentos contemporâneos, provocando reflexões sobre questões urgentes: o lugar das mulheres, pessoas LGBTQIAP+, dos corpos negros e das diversas formas de se relacionar. A obra se constrói a partir de relatos pessoais traduzidos nos corpos de sete dançarinas, em uma dramaturgia fluida em que cada artista ora assume o protagonismo, ora a posição de espectadora.
No palco, não há simetria ou paridade, mas singularidades que se afinam em um mesmo compasso. Coreografias em pares e em grupo exploram perguntas e respostas corporais que transcendem o estímulo musical, revelando sentimentos, experiências amorosas e vivências que reverberam no contexto sociocultural.
Assim como Bizet se inspirou na música El Arreglito, de Sebastián Iradier, para compor a célebre ária Habanera da ópera Carmen, Aguilera toma como referência o álbum En un salón de La Habana: Habaneras y Contradanzas (1830–1855), do grupo espanhol Axivil Criollo, e a própria ópera Carmen — marcada por polêmicas ao questionar o papel da mulher e o ser feminino — para dar vida a esta criação dançante. Junto à Coaduna Cia de Dança, o diretor desenvolve um trabalho investigativo e autoral, somando a contribuição de sete mulheres, artistas de diferentes regiões da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Com diversidade de corpos, vivências e contextos socioeconômicos, elas utilizam a dança como ferramenta de questionamento e transformação.
Baile-Oficina
Ao fim de cada apresentação, o público poderá participar de um baile-oficina, conduzido por Dadyer Aguilera. A atividade, aberta a todas as idades, compartilha parte do processo criativo do espetáculo. Nela, os participantes terão a oportunidade de experimentar passos dos bailes de salão, alternando entre as funções de conduzir e ser conduzido, em um jogo de inversões e descobertas corporais.