Em “África Interior”, cada uma das 13 faixas é memória e cada silêncio é gesto de resistência. O violeiro, cantor e compositor reafirma seu lugar como um dos grandes nomes da viola brasileira e vai além: transforma o instrumento em ponte entre passado e futuro, tradição e reinvenção. É uma obra que fala da origem para alcançar o mundo, um olhar de fora para dentro e de dentro para fora.
O álbum é um aprofundamento nas próprias raízes e um convite à escuta daquilo que pulsa no mais íntimo de sua história: a batida de um continente inteiro ressoando dentro de um corpo só. Entre participações de Mateus Aleluia, Fabiana Cozza, Chico César, Toninho Ferragutti e também os laços de sangue, sua filha Bartira Sene e o irmão Dito Rodrigues, Pereira tece um disco que é família, território, memória e reza, Minas, África, mundo. A direção e produção musical são de André Siqueira, violonista, arranjador e compositor, um parceiro de longa data.
O título do álbum não é metáfora, é síntese. Representa a força da identidade do homem de origem africana e o processo de reconhecimento do artista que entende sua arte como gesto político, espiritual e social. “‘África Interior’ é o aprofundamento da minha vivência enquanto negro, enquanto descendente de África. Um entendimento amadurecido de quem sou e do que reverbera em mim”, define o músico.
No show que celebra o lançamento do trabalho, Pereira da Viola será acompanhado pela banda formada por Camila Rocha (contrabaixo acústico), Paulo Fróis (bateria), Paulo Santos (percussões) e André Siqueira (guitarra, violão e direção musical). Também traz para a festa as participações de Everton Coroné (acordeón) e Dito Rodrigues (voz e violão).