O Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte (CCBB BH) apresenta o espetáculo “A Aforista”, do dramaturgo e diretor Marcos Damaceno (Prêmio Shell de Dramaturgia por Homem ao Vento) e produção da curitibana Cia.Stavis-Damaceno.
A peça traz à cena uma mulher (Rosana Stavis), caminhando sem parar em direção ao enterro de um antigo amigo da faculdade de música. Enquanto caminha, lhe vêm pensamentos acerca de sua própria vida, e os trajetos escolhidos por ela e seus antigos amigos, todos “promessas da música”.
O espetáculo cumpre temporada no CCBB BH de 9 de junho a 3 de julho, sempre de sexta a segunda, às 20h30, no Teatro I.
Os ingressos, estarão à venda em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB BH. Clientes Banco do Brasil com cartão Ourocard pagam meia-entrada.
No dia 24 de junho, sábado, a sessão será acessível em audiodescrição e haverá bate-papo após o espetáculo com Marcos Damaceno e Rosana Stavis, sobre o processo criativo da montagem.
Caminhos que vão da plenitude da realização ao fracasso fatal.
Quais são as nossas escolhas? Que decisões tomamos? Que caminhos seguimos? Nossos sonhos, desejos e sentimentos, como lidamos com eles? Essas são questões indagadas na peça. E o pensamento é o lugar onde a montagem se passa.
O espetáculo abre ao público a mente dessa mulher, a aforista, na qual se sobressaem a confusão como linguagem, o ritmo vertiginoso, o excesso de informações, as digressões, além de boas doses de ansiedade e perturbação.
Trata-se de uma obra teatral por vezes angustiante, frequentemente hilariante.
A narradora verbaliza em um estado próximo ao devaneio, ou melhor, da loucura, onde seus pensamentos, lembranças e imaginação fluem líricos em certos momentos, pesarosos em outros, tornam-se pouco imaginativos e medianos em certos trechos, para logo em seguida flertarem com a filosofia e o sublime, tornando-se expansivos, contraditórios e, principalmente, com confusões e associações próprias da mente humana em nossos dias.
É uma arquitetura mental em espiral, de pensamentos entrecortados por outros pensamentos que se interrompem e são retomados em um looping sem fim. São narrativas densas e sôfregas que ficam hilariantes.
Pensamentos sublimes e elevados que escorregam para o grotesco, assim como é a vida da gente.