Concebido de forma coletiva, Cascas é o novo espetáculo protagonizado pelo Grupo Experimental de Dança (GED), uma das frentes do Corpo Cidadão.
Com coreografias dos arte-educadores Sandra Santos, Fábio Costa e Ronilson Nego, o trabalho conta com a participação ativa dos jovens bailarinos, unindo linguagens únicas em torno do refletir sobre as diversas camadas que nos compõem e que reverberam na força e na delicadeza do gesto.
A estreia será na segunda-feira, dia 12 de dezembro, em duas sessões gratuitas: às 15h e às 20h, no Cine Theatro Brasil Vallourec. Para Miriam Pederneiras, presidente do Corpo Cidadão, Cascas é sobre um olhar atento para o outro e para si. “Todos nós temos invólucros para dar conta de existir no mundo.
Por baixo dessas cascas, dessas camadas está a nossa essência”, resume. O ponto alto desse criar coletivo foi que todos puderam ter contato com o que ela define como o entendimento de uma potencialidade infinita, “de sermos quem queremos ser.
Enxergar-se no outro nos traz uma grande alegria”. Na definição da coreógrafa Sandra Santos, as reflexões propostas por Cascas levam “a vários questionamentos sem querer chegar a nenhuma conclusão definitiva, mas sim, a um entendimento que tudo comunica, tudo envolve uma mensagem, inclusive a roupa que se veste”. Nessa linha aberta de codificar e ressignificar mensagens, os jovens bailarinos assinaram o figurino do espetáculo.
As oito coreografias de Cascas têm músicas de Divan Gatamorta, Gabriel Cesário, Tunico Vilanni e Grupo Karakuru. Com idades entre 16 e 27 anos, os jovens do Grupo Experimental de Dança do Corpo Cidadão cumprem uma carga horária específica com o objetivo de capacitá-los para atuar na área artística.
As turmas se renovam todos os anos e o processo de criação que envolve espetáculos como Cascas é fruto de muita dedicação, apuro técnico e resulta em algo maior do que sessão de aplausos. “O GED é um lugar de experimentação, uma incubadora de talentos.
A dança trabalha muito o indivíduo, contribui com uma maleabilidade muito necessária. Todos trazem seus saberes e se abrem para uma troca real. Eu levo na minha mochila as minhas experiências e recebo novas experiências, é maravilhoso.
O corpo é nosso veículo de expressão e ele diz tudo por meio dos gestos”, conclui Miriam Pederneiras.