Inspirado na história da ativista guineense M’Balia Camara, “Yongoyely” une dança e acrobacia em um espetáculo sobre a condição das mulheres na África. M’Balia Camara (1929-1955) foi uma importante ativista na luta pela independência da Guiné. Símbolo da luta contra o colonialismo, ela é uma das inspirações deste espetáculo que reflete sobre a condição e o lugar das mulheres na sociedade africana.
Com uma cenografia despojada, Yongoyely leva ao palco seis mulheres e três homens em performances de acrobacia e dança. Os artistas utilizam como equipamento principal pequenas toras de árvores guineenses, uma madeira usada para fazer arcos de caçador tradicionais, finos o suficiente para parecerem muito frágeis, mas flexíveis e resistentes o suficiente para nunca quebrarem. No palco, esses pequenos troncos têm múltiplas funções: mastro chinês sem nenhuma mortalha, barra russa e até mesmo uma corda para equilibrista.
O chicote, aparelho circense tradicional, usado nas aldeias da Guiné para afastar os pássaros dos campos, também marca presença. Assim como blocos de concreto que ecoam a concretagem que afeta a Guiné e toda a África.