Há quem diga que família é só pai, mãe e filhos.
A partir de 14 de novembro, segunda-feira, Belo Horizonte é palco da 4ª Mostra Tudo em Família da Cia Circunstância, que propõe uma reflexão sobre o conceito de família hoje, dentro do contexto circense.
Neste ano, estão previstos nove espetáculos para o público de todas as idades, originários de São Paulo, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Ceará e Minas Gerais, além de cinco oficinas, números de cabaré e uma roda de conversa que tem como resultado a organização de publicação temática a ser lançada em 2023.
A programação da Mostra Tudo em Família vai até 20 de novembro, em sete locais: Praça do México (Concórdia), Vila Dias e Casa Circo Gamarra (Santa Tereza), Praça do Encontro (Venda Nova) e Parque Municipal (Centro), Espaço Comum Luiz Estrela (Santa Efigênia) e Gruta! (Horto).
Todas as atividades são gratuitas. Mais informações sobre a mostra: www.ciacircunstancia.com.br e nas redes sociais @ciacircunstancia.
Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte e possui patrocínio da MGS. “A sociedade brasileira é composta por famílias diversas, de formatos tradicionais a mães solteiras, filhos criados com avós ou tios, irmãos e irmãs sem pai nem mãe, casais homoafetivos com ou sem filhos, amigos que convivem como se fossem parentes e até mesmo pessoas que se entendem e se organizam como familiares, em torno do trabalho.
No picadeiro não é diferente e as relações não estão restritas somente aos laços de sangue.
É muito comum aquele que fugiu com o circo, que se casou com a trapezista ou que foi chegando, aos poucos, até se tornar parte daquele contexto”, comenta o palhaço e fundador da Cia Circunstância, Diogo Dias.
A integrante da companhia, a palhaça Dagmar Bedê, que também assina a idealização da Mostra, conta que a diversidade de formatos de famílias circenses contemporâneas foi o principal critério de seleção da curadoria da Mostra deste ano. “O circo sempre foi caracterizado como uma estrutura familiar. Nosso objetivo é entender como se configuram hoje esses grupos fora das lonas, criando sua primeira geração de artistas”.
Esse, entre outros temas, serão discutidos em uma roda de conversa com famílias circenses, que segundo Bedê, resultará em edição de publicação que prevê o mapeamento dos coletivos circenses no Brasil. “Vamos partilhar e registrar informações de como sobrevivem, se organizam e sistematizam suas produções e criações, além de dividir anseios e esperanças de futuro”, completa.
Durante a programação, o público assiste à nove espetáculos de circo. “Tem show de palhaças, espetáculo de rua, contos africanos, temáticas sobre meio ambiente, feminismo, relações de casal, acrobacias, mágicas, malabarismo, faquirismo, e tudo mais que o universo circense permitir”, conta Dagmar Bedê.