O artista Mestre Negoativo lança o álbum "O Arco Ancestral e os Vissungos das Gerais", uma obra ritualística, profundamente conectada às ancestralidades afromineiras, com produção musical por Sérgio Pererê. Logo na primeira nota, o disco te convida para a conexão com as raízes em um trabalho que é uma construção de resistência à memória, à terra e às vozes que ecoam do passado para iluminar o presente e o futuro. O show de lançamento acontece no dia 22 de junho de 2025 (domingo), às 20h, no Galpão Cine Horto. Este projeto é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. O Álbum “Arco Ancestral e os Vissungos das Gerais” é Sankofa: um retorno às memórias pessoais e ancestrais. Nele, Mestre Negoativo, neto do Cerrado Mineiro, traz o passado para o presente e o projeta no futuro por meio do Berimbau e outros sons e timbres diaspóricos.
Ao longo de 10 faixas, o artista aprofunda sua relação com a afromineiridade, resgatando a sonoridade dos Vissungos (cantos de trabalho, de lamento e de resistência) que ecoavam nos territórios do Quilombo do Maquemba, nas vozes das matriarcas e dos “nêgos veio”. Sob a produção musical de Sérgio Pererê, o álbum se transforma numa tapeçaria de sons, rituais e lembranças. Juntos, enriquecem a sonoridade de instrumentos convencionais com os sons da natureza do Cerrado Mineiro. Sons diurnos, mais agudos, se mesclam às afinações baixas do anoitecer: sapos, rãs e grilos nas noites de lua. “O Berimbau de barriga de afinação baixa é o fio condutor e é ele quem dá o tom. Neste álbum, a sonoridade retoma memórias de Mestre Waldemar da Liberdade, verdadeiro Griot e líder comunitário. Sua voz potente, amplificada pelo arco ancestral, ecoava nas ladainhas, nos corridos e nos toques tradicionais, como Banguela Solta, Estandarte, Jeje e Ave Maria”, conta Mestre Negoativo.
Toda a poética musical que este álbum expressa é fruto de um trabalho profundo, que remonta a tempos antigos, herdado dos Griots,os nobres contadores de histórias que preservam e transmitem a sabedoria das gerações que vieram antes de nós, mantendo viva a chama da cultura e da tradição. “O álbum carrega em cada nota e em cada verso a intenção de nutrir e iluminar o futuro que se avizinha,construindo assim um legado que ressoa no tempo. A lamparina não pode se apagar, pois sua luz é um farol que guia nossos passos na contínua jornada da vida”, fala o músico.