As formas que desenham a cidade também contam histórias. A exposição “Beagá Decô e Gráfica: do papel à cidade ao papel” será inaugurada no sábado (9/8), às 16h, no foyer do auditório do Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB). A mostra oferece um olhar sensível sobre as relações entre arquitetura e artes gráficas que marcaram a capital mineira, especialmente no período modernista entre as décadas de 1920 e 1940.
A exposição destaca a expressiva presença do estilo Art Déco na cidade e propõe um reencontro com a memória visual que ainda pulsa em fachadas, ornamentos e publicações. Com entrada gratuita, a visitação pode ser feita de quarta-feira a domingo, das 10h às 18h. A exposição integra o projeto Museus Centro, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Viaduto das Artes. A mostra parte de investigações anteriores da artista gráfica e professora da Escola de Belas Artes da UFMG, Fernanda Goulart, para revelar como elementos gráficos na arquitetura, no papel e em outros suportes constroem a memória visual e afetiva da cidade. O resultado é uma cartografia sensível que conecta o traço urbano ao gráfico — da rua ao papel e do papel à cidade.
A exposição dialoga com o livro de Fernanda, “Beagá Decô: patrimônio gráfico da cidade ao papel”, publicação apoiada pelo Fundo Municipal de Incentivo à Cultura, que documenta detalhadamente o rico acervo arquitetônico influenciado pelo Art Déco em Belo Horizonte. “Essa exposição é um convite à percepção da cidade como um grande suporte gráfico. Belo Horizonte é um território de formas, signos e histórias que merecem ser olhados com atenção. Ao unir arte, arquitetura e design, a mostra reafirma o compromisso da Secretaria Municipal de Cultura com ações que valorizam a identidade visual e histórica da capital”, afirma Eliane Parreiras, Secretária Municipal de Cultura. Mais do que um resgate histórico, a exposição propõe um olhar atento para as formas que compõem a cidade e sua presença contínua no cotidiano, revelando como o patrimônio gráfico de Belo Horizonte segue vivo na memória afetiva das pessoas. Essa reflexão estimula o público a perceber a cidade sob uma nova perspectiva, valorizando os detalhes que sustentam sua identidade visual e cultural. “A Fundação Municipal de Cultura tem investido em ações que aproximam o público do patrimônio da cidade, estimulando a preservação por meio da arte e da educação.
A exposição é um ótimo exemplo de como é possível revisitar nossa história com um olhar contemporâneo e sensível”, destaca Bárbara Bof, Presidenta da Fundação Municipal de Cultura. Reunindo elementos da cultura material, “Beagá Decô e Gráfica” evidencia o diálogo contínuo entre o traçado urbano e o traço gráfico, entre a cidade construída e aquela que se imprime nas páginas — ou na memória. Nesse encontro, Belo Horizonte se revela como território fértil de experimentações formais e expressões gráficas, cuja riqueza ainda pulsa nas formas que nos cercam. Entre fachadas, grades ornamentais, publicações e objetos, a exposição propõe um passeio poético por uma Belo Horizonte que ainda vive nas linhas de sua arquitetura e nas memórias que carregamos. Um encontro entre passado e presente que revela a potência criativa da cidade e sua vocação gráfica.