Imagem da cena "Portas que dão para dentro", que integra a programação
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Teatralidades em Cena traz um olhar sobre as artes cênicas em tempos de pandemia

A reinvenção do teatro sob o contexto da pandemia de Covid-19, cenário que afetou tanto a forma da linguagem artística quanto seus modos de sobrevivência e produção, é um dos temas da 3ª edição do “Teatralidades em Cena”, parte da programação do Circuito Municipal de Cultura. As atividades acontecem entre os dias 20 e 29 de agosto. 

Projeto realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o Centro de Intercâmbio e Referência Cultural (CIRC), o Circuito está atualmente em sua 2ª edição, com programação contínua que pode ser acompanhada pelo site circuitomunicipaldecultura.com.br. 

Diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura, Aline Vila Real destaca que esta edição da mostra 'Teatralidades em Cena' tem o fazer teatral da atualidade, em tempos de distanciamento social, como elemento central. "’Teatralidades em Cena’ é uma mostra que enfoca a produção teatral de Belo Horizonte, apresentando também trabalhos do interior de Minas Gerais, e dois projetos nacionais que articulam a virtualidade e a relação de proximidade com o público, que terá a oportunidade de experimentar a linguagem teatral desenvolvida nas escolas, em grupo, nos encontros virtuais, considerando as circunstâncias da pandemia e o desejo de permanência da vitalidade do teatro." 

A programação do “Teatralidades em Cena” compreende apresentações de espetáculos, cenas curtas e leituras dramáticas, exposição em formato híbrido (com visita on-line e presencial), além de um seminário virtual que busca refletir como os coletivos teatrais de Belo Horizonte e do interior de Minas têm se adaptado aos inúmeros desafios que surgiram em razão da pandemia. Todas as atividades da programação acontecem respeitando os protocolos sanitários de combate e prevenção à Covid-19 vigentes em Belo Horizonte. 

A programação será aberta no dia 20, com a exposição “Teatro em Construção: O Marília nos seus primeiros 20 Anos”. Nesta primeira etapa, a mostra poderá ser conferida virtualmente, pelo site do Circuito. Em setembro a exposição será aberta para visitação presencial. 

Na exposição, o público poderá conhecer a história do Teatro Marília por meio de textos curtos, imagens e lembranças de alguns daqueles que estiveram envolvidos no fazer teatral, enriquecendo a memória da cidade de Belo Horizonte. 

A narrativa da mostra é baseada em três aspectos fundamentais da construção do teatro. O aspecto físico, no qual destaca-se a construção do primeiro espaço destinado às artes cênicas na capital; o aspecto artístico, ressaltando-se os grupos e artistas mineiros que se dedicaram a estudar, pesquisar e levar espetáculos de alta qualidade ao palco do Marília; além do aspecto político, em que se destaca a importância do teatro para a construção de uma resistência ao regime militar. 

A exposição, montada pela primeira vez em 2018 tendo a própria Marília Salgado como mentora do projeto original e curadoria assinada por Murilo Pagani, agora recebe nova montagem dentro do Circuito Municipal de Cultura. 

Outro destaque da programação é a Mostra de Cenas Curtas, que também começa no dia 20, reunindo trabalhos criados por seis grupos de teatro de Minas Gerais, selecionados pela curadoria do Circuito: Luna Lunera, Oficcina Multimédia, Toda Deseo, Breve Cia., Núcleo de Pesquisa e Ação Cênica e Teatro da Pedra. Também foram convidadas a participar dessa atividade cenas curtas dos formandos das escolas de teatro em Belo Horizonte: Escola Livre de Artes Arena da Cultura (ELA-Arena), da Fundação Municipal de Cultura; Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart); Teatro Universitário (TU); e Curso de Graduação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A cena curta “Fiandeira”, de Rainy Campos, uma das ganhadoras do Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, também integra a ação. No total, 11 cenas curtas, de até 15 minutos de duração, serão apresentadas ao longo da programação. 

Para a escolha dos convidados, levou-se em consideração o desejo de contemplar diferentes gerações entre os grupos de teatro de Minas, com a seleção de agrupações que em seu período histórico se destacaram através da realização de ações virtuais relevantes, tais como criações artísticas que dialogassem com seu contexto histórico, além de ações que promovessem impactos em comunidades periféricas e abordagem de temas e pesquisas artísticas relacionadas à descentralização e aos protagonismos da negritude, feminino e LGBTQIA+. 

Seminário Virtual 

A programação contará também com o seminário virtual “Teatro em Tempos de Pandemia”, entre os dias 23 e 26, com transmissão pelo YouTube da Fundação e pelo Site do Circuito, com o intuito de ver e ouvir o que estão fazendo e como estão sobrevivendo grupos de teatros e outros representantes das artes cênicas do país, do Estado e da capital mineira durante o período de pandemia. 

Serão quatro mesas de debate, com os seguintes temas e participantes: “Teatro nas Telas – A importância de se Reinventar”, com Eduardo Moreira do Grupo Galpão (BH) e Giordano Castro do Grupo Magiluth (Recife);  “Teatralidades Virtuais no interior de Minas Gerais”, com  Juliano Moreira do Teatro da Pedra (São João del Rei)  e Léo Coessens do Coletivo Aberto de Teatro (Ipatinga);  “As Escolas Teatrais e as Novas Possibilidades de Permanência”, com representantes das Escola Livre de Artes Arena da Cultura, Cefart, TU e  UFMG (BH); e “A Dramaturgia nos Momentos Atuais”, com Amora Tito (BH) e Francisco Falabella Rocha (Contagem). A mediação das mesas será feita por integrantes do coletivo de críticos Horizonte da Cena. 

Visando o compartilhamento do processo de criação de uma obra cênica virtual, a programação prevê, ainda, ensaios abertos  das leituras dramáticas “Leitura Crônica”, com direção de Andréa Rodrigues, e  “O Anarquista (releitura, revisão, subversão)”, com direção de Marina Viana. As duas diretoras foram convidadas pela curadoria do Circuito para, por meio de um sistema de inscrições, dirigir um grupo de atores que participam da criação e apresentação de duas leituras dramáticas no sistema virtual. 

Os ensaios acontecerão na plataforma Zoom, em datas alternadas, durante três dias, abertos ao público, que poderão acompanhar o processo criativo como ouvintes. Veja a programação completa no site do Circuito Municipal de Cultura.

Ao fim dos ensaios, as duas leituras dramáticas também terão seu resultado final apresentado em lives no YouTube da Fundação Municipal de Cultura. No dia 27, sexta, às 19h, acontece a "Leitura Crônica", com direção de Andréa Rodrigues, e no dia 28, sábado, também às 19h, tem “O Anarquista (releitura, revisão, subversão)”, com direção de Marina Viana.  

Para completar a programação, foram convidados dois trabalhos, de fora de Minas Gerais, que traduzem a reinvenção na linguagem teatral promovida pelos coletivos sob o contexto da Covid-19: a experiência cênica/sensorial “Tudo o que Coube numa VHS”, do Grupo Magiluth (Recife) e a obra-museu “Arqueologias do Futuro - Visita Guiada”, do Museu dos Meninos (RJ). 

O Museu dos Meninos é uma obra-museu, um projeto artístico, transdisciplinar, de mapeamento e preservação de memória, feito por uma série de ações no campo do audiovisual, performance e artes visuais, que tem como principal ação um museu virtual feito por uma série de 30 vídeos-depoimentos de jovens homens negros, com idades entre 15 e 29 anos, moradores das favelas que compõem o Complexo do Alemão e seus arredores, no Rio de Janeiro. Para a ação no Circuito, intitulada “Arqueologias do Futuro - Visita Guiada”, foram disponibilizados alguns depoimentos desse acervo, em uma live, seguida de uma conversa com a ativista Benilda Brito e o diretor Maurício Lima. A atividade acontece no dia 21. 

Já as apresentações do coletivo pernambucano serão nos dias 28 e 29 de agosto. Nele, o público é conduzido por um percurso em que se torna cúmplice das memórias de um personagem, cristalizadas em torno das recordações sobre um relacionamento. A ação é acompanhada via web, por meio de uma série de plataformas virtuais de comunicação e entretenimento, numa experiência individual que transporta a uma nova esfera as relações de proximidade entre ator e espectador.

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