O Viaduto Santa Tereza, tradicional ponto de encontro da cultura periférica e marginalizada de Belo Horizonte, recebe a exposição "Entre Arcos e Ecos: Costuras do Tempo", que marca o encerramento das atividades de 2025 da Casulo Cidadania. A mostra integra o plano anual Oficinas e Circuito de Arte Digital, que tem o patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e apresenta o resultado das formações realizadas ao longo do ano com crianças, jovens e adultos. Com instalações multimídia, a exposição destaca os 96 anos do viaduto e sua relação direta com a cena do hip hop nacional, especialmente a partir de 2007, quando passou a sediar o Duelo de MCs. Criado pelo coletivo Família de Rua, que completa 18 anos de atuação, o projeto consolidou o viaduto como um dos principais palcos da arte urbana e da juventude periférica no país.
A exposição será realizada nos dias 17, 18 e 19 de outubro de 2025 e se conecta à trajetória do Viaduto Santa Tereza como espaço de articulação entre cultura e território. A abertura acontecerá na sexta-feira (17) e contará com alunos de escolas públicas que integraram as oficinas para apresentação dos trabalhos, além de serem convidados para uma participação especial ao lado dos integrantes do Família de Rua (FDR).
O evento contará com área kids completa e ocorrerá em paralelo à grande Final Estadual do Duelo de MCs Nacional (realizada no dia 18), reafirmando a relação entre o evento e a ocupação cultural iniciada há 18 anos pelo grupo Família de Rua. De acordo com Leonardo Cezário, os 18 anos do coletivo FDR significa celebrar muito mais do que a longevidade de um evento. Trata-se, segundo ele, da prova de que uma ideia nascida na rua, alimentada pela paixão e pelo compromisso com a cultura, pode atravessar gerações e continuar relevante. “O Duelo de MCs se tornou um espaço de encontro, de formação e de afirmação para milhares de pessoas, e manter essa constância é também resistir e afirmar que o hip hop brasileiro tem força para se sustentar no tempo, mesmo diante de desafios estruturais.
É uma conquista coletiva”, afirma Leonardo. Nos dias da exposição toda a relevância do Família de Rua e ligação com o viaduto Santa Tereza será apresentada em uma projeção na fachada da sede do coletivo. Além disso, a infraestrutura foi pensada para mostrar toda a costura da exposição e a força da cultura de rua. Tanto que andaimes vão ser posicionados embaixo do viaduto Santa Tereza e um espaço destinado para o skate foi reservado. A proposta de curadoria da exposição “Entre Arcos e Ecos: Costuras do Tempo” foi desenvolvida por uma equipe formada por coletivos e profissionais convidados, como Família de Rua, ABC Favelas, Joca, Rodrigo Cezário, Leidi Santos, Cris Araújo, Fael Diogo, Lucas Mortimer, Pat Manoese, Magayver e Rômulo Avelar. A coordenação geral e direção do projeto são assinadas por Danusa Carvalho, fundadora e idealizadora dos projetos da Casulo Cidadania. Essas parcerias fazem parte das costuras que ligam ideologias, propostas e resistência da cultura da periferia, como afirma Danusa Carvalho. “Pensamos na exposição como forma de costurar o tempo e fortalecer movimentos sociais e o povo. A ideia de costura tem nas trocas com o grafite, o hip-hop, as aulas digitais e o motion uma rede de conceitos para projetos que trazem a periferia para o protagonismo.
Assim, estabelecemos troca de sabedoria, criamos oportunidades, abrimos novas possibilidades e olhares”, explica Danusa sobre a força do conceito que direciona o nome da exposição. De acordo com Leonardo Cezário, produtor cultural e fundador do coletivo Família de Rua, o Duelo de MCs nasceu nas ruas e sempre foi alimentado pela paixão e pelo compromisso com a cultura. “O Duelo de MCs se tornou um espaço de encontro, de formação e de afirmação para milhares de pessoas, e manter essa constância é também resistir e afirmar que o hip hop brasileiro tem força para se sustentar no tempo, mesmo diante de desafios estruturais. É uma conquista coletiva”, destaca.