O Mês das Crianças do CCBB Educativo explora as trilhas do conhecimento de mãos dadas com a cultura popular, a sustentabilidade ambiental e o mundo da imaginação e dos afetos. Em sintonia com a exposição “Hiromi Nakamura até a Amazônia com Ailton Krenak”, inaugurada em 2 de outubro, a programação reserva para o domingo, 13 de outubro, uma série de músicas, causos e brincadeiras sobre o universo da bicharada. 

A apresentação é fruto do profundo mergulho na tradição oral brasileira realizado pelo pesquisador e escritor infanto-juvenil Roberto de Freitas, autor do CD infantil “No Fundo da Mata Ouvi... Histórias de Bichos” e dos livros "A Cidade dos Corações de Corda" (Editora Abacatte, com ilustrações de Marcelo Lelis, de 2020), e “Dona onça, Sô Coelho e a Farofa de Duins” (Editora Compor, com ilustrações de Denise Rochael, de 2024). Em paralelo à série “Contos de Esperteza e Artimanhas", a equipe de educadores do CCBB incorpora à contação de histórias de outubro um livro dedicado às fabulações indígenas. 

Em “Kuján e os Meninos Sabidos”, Ailton Krenak narra (aos sábados, domingos e feriados, às 11h, 12h e15h) a visitado Criador à Terra para ver como suas criaturas estão. Disfarçado no corpo de um tamanduá, o kuján, o Criador conta com a ajuda de dois meninos muito espertos, Roti e Cati, para não virar o prato principal em uma festa na aldeia. Os povos originários inspiram ainda outra atividade do CCBB Educativo neste mês. 

O uso do tear na confecção de vestimentas é uma tradição marcante do povo Ashaninka, que vive na região da Amazônia peruana e é considerado uma das etnias mais elegantes entre os indígenas brasileiros. No “Ateliê Experimentação: Tear” (sábados, domingos e feriados, às 17h) as crianças vão conhecer as técnicas que utilizam trê s tipos diferentes de algodão para criar grafismos que carregam, na roupa, a história da pessoa que a usa. 

Ainda em outubro, a memória afetiva é o fio condutor das invencionices de uma avó, nas divertidas aventuras imaginárias com o neto. Em “Histórias na Roda Ancestral” (19/10, sábado, às 17h), a pedagoga e arte-educadora Madu Costa conta as peripécias do pequeno Yan nas brincadeiras com sua avó, que transforma enxurrada em rio e folha de árvore em barco (ou jacaré!), tecendo laços ancestrais em linguagem de cordel. 

O olhar na arte-educação 

O programa educativo Proximidade investiga também o lugar da fotografia na arte- educação. Na aula aberta “Caminhos para Mediação Museal a Partir da Fotografia” (23/10, quarta, às 19h), a fotógrafa Karen Montija resgata suas vivências como coordenadora pedagógica em exposições de artistas como Sebastião Salgado, Cristiano Mascaro e Eustáquio Neves para pensar nas diferentes formas de descondicionar o olhar de crianças e adultos. Como encaminhar o olhar de uma criança para uma fotografia em preto e branco? Como interpretar historicamente uma fotografia artística? Como propor diferentes interpretações a partir de obras fotojornalísticas? Essas e outras questões serão tratadas pela arte-educadora paulistana, especialista em acessibilidade para pessoas cegas nos espaços culturais. 

Visitas mediadas 

O Educativo do CCBB acredita no poder transformador da arte e da cultura. Suas atividades conectam o público a ações multidisciplinares que instigam a criatividade e a reflexão. 

O espaço é aberto a novos olhares e possibilita diálogos acolhedores, transformando a experiência do público por meio da participaçãoativa em rodas de conversa, oficinas, saraus ou visitas mediadas às exposições do centro cultural – com materiais de apoio, atendimento em Libras e outros recursos de acessibilidade. 

As ações educativas são orientadas pelo compromisso com a responsabilidade social e posicionam o CCBB como espaço privilegiado de estímulo à curiosidade, troca de saberes, experimentações, encontros e afetos, de maneira lúdica e divertida.