Felícia é uma mulher iluminada que vive solta pelo mundo sem correr risco algum. Utopia? Sim, mas o que seria da humanidade sem os sonhos? Felícia toca o imaginário de quase todos nós: um mundo de paz, liberdade e afeto.

A personagem do livro infantojuvenil, escrito por Sidneia Simões e ilustrado por Santiago Régis, publicado pela editora Aletria, foi inspirada na vida da artista venezuelana Julieta Hernández, palhaça, bonequeira e viajante de bicicleta que foi assassinada no final do ano passado no estado do Amazonas.

Felícia, assim como Julieta, é feminina, sensível, feliz e cheia de poesia. E, mais do que tudo: livre! Diferente do que aconteceu com Julieta, no livro “Felícia e a graça do dia em que espiei o céu” a personagem consegue habitar um mundo que ainda não existe para as mulheres, onde o direito de ir e vir continua valendo quando se está sozinha, onde uma mulher pode viver conforme sua própria vontade.

O texto de Sidneia Simões é poético, em rimas que lembram as de um cordel. A história, gostosa de ler, é pura fantasia. O livro parece um sonho, e as ilustrações de Santiago Régis contribuem para essa sensação.
As imagens trazem um roteiro das viagens da personagem Felícia, passando por Belém do Pará, cidades do interior de Minas, do Rio Grande do Norte, Niterói e favelas da Baixada Fluminense, entre outras.

As imagens, com toques de cores vibrantes, trazem mais encantamento para a história, abraçando o texto e conduzindo o leitor nessa viagem mágica.