Arquitetura e Urbanismo
Opa! Arquitetura, Belo Horizonte, vamos falar de Niemeyer, certo? Claro que sim. Maior expoente da arquitetura modernista brasileira, Oscar Niemeyer (1907-2012) começou a trabalhar como estagiário junto a Lúcio Costa e Le Corbusier. Seu primeiro grande projeto individual, que lhe assegurou renome no Brasil e no mundo, foi o Conjunto Moderno da Pampulha, aqui na capital mineira.
Vale lembrar que nossa riqueza arquitetônica vai além. Com diversidade marcante de estilos, contempla o rural e o contemporâneo, passando pelo eclético, art déco, neogótico, neoclássico, modernista, pós-modernista. Desde o projeto de José de Magalhães, em 1894, para o prédio que seria a sede do governo — o Palácio da Liberdade, na Praça de mesmo nome — o terreno aqui sempre foi fértil para a criatividade.
Luiz Signorelli, Raffaello Berti (o italiano é autor de mais de 500 projetos de edifícios residenciais, comerciais e públicos), Sylvio Vasconcellos, Raphael Hardy, Humberto Serpa, Éolo Maia, Sílvio Podestá e Gustavo Penna são outros nomes que se destacam na paisagem belo-horizontina e também na arquitetura mundial.
Belo Horizonte abrigou a primeira escola de arquitetura do Brasil, criada na década de 1930, e desenvolveu uma identidade ao mesmo tempo eclética e singular.
Estando aqui, não deixe de observar esse aspecto da cidade, do luxo do clássico Automóvel Clube às inesperadas faces de índios esculpidas na fachada do Edifício Acaiaca, passando pelos arcos do Viaduto de Santa Tereza, que um corajoso e jovem Carlos Drummond de Andrade escalou mais de uma vez — façanha que hoje não pode ser reproduzida, é claro.
Dito isso, motivos não faltam para conversarmos mais sobre as obras do mestre: o Conjunto Moderno da Pampulha foi reconhecido pela UNESCO, em julho de 2016, como Patrimônio Cultural da Humanidade. Construído a pedido do então prefeito Juscelino Kubitschek, é uma obra-prima que leva a assinatura de Niemeyer e de outros nomes de destaque, como o paisagista Roberto Burle Marx, o pintor Cândido Portinari e os escultores Alfredo Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa.
Seus principais monumentos — o Iate Clube (1944), o Cassino - atualmente Museu de Arte da Pampulha (1943), a Casa do Baile (1943), a Casa Kubitschek (1943) e a Igreja São Francisco de Assis (1945) — integram-se a uma paisagem exuberante e adotada pelos belo-horizontinos como um complexo de lazer e bem-estar. Ainda que não assinados por Niemeyer, compõem os atrativos da região os Estádios Mineirão e Mineirinho, emblemas da engenharia e da construção civil brasileiras, e o campus da Universidade Federal de Minas Gerais.
O que nem todo visitante de primeira viagem sabe é que os caminhos de Niemeyer pela cidade vão além da Pampulha. A Escola Estadual Governador Milton Campos, mais conhecida como Colégio Estadual Central; o Edifício JK; o Edifício Niemeyer; a Biblioteca Pública Estadual; os cinco prédios da Cidade Administrativa do Governo de Minas Gerais e ainda a Catedral Cristo Rei (projetada em 2005 pelo arquiteto e com obras em andamento) completam o circuito.