Bar do Zé Luiz

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Escondido no interior do multifacetado e famoso Mercado Novo e criado para ser ponto de alimentação de feirantes e caminhoneiros, o Bar do Zé Luiz é hoje um santuário da madrugada, adorado pelos trabalhadores da noite e os boêmios profissionais.

Avenida Olegário Maciel, 752 - Mercado Novo, Térreo, Loja 41/43 - Centro, Belo Horizonte - MG

 

CONTATO

(31) 99618-2675

 

 

“Quando começamos aqui, todas as lojas eram ocupadas, mas com o tempo, principalmente depois da pandemia, muitas fecharam. Ainda bem que muito do nosso público hoje veio de fora.”

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  Muitos dos que andam pelo Mercado Novo hoje sequer conhecem a feira livre que acontece todos os dias no seu andar térreo e que fornece alimento para muitos dos restaurantes das redondezas do centro da cidade. O espaço, originalmente construído para ser a garagem do prédio, foi o mais rapidamente ocupado depois do abandono da obra, ocasionado pela falência da construtora responsável pela execução. Nesse colosso modernista abandonado, projetado pelos arquitetos Fernando Graça e Sandoval Azevedo Filho e concebido nos anos 1960 para ser o maior mercado urbano da América Latina, todos os planos saíram do rumo. Mas a cultura popular e a força dos perseguidos feirantes da cidade deram sua resposta, ocupando a maior parte do prédio nos anos seguintes.  

  Foi nesse contexto que Seu Zé Luiz, original de Abaeté, interior de Minas Gerais, começou a trabalhar no prédio, inicialmente em uma pastelaria de chineses na esquina da Av. Rio Grande do Sul, onde ficou por 14 anos antes de abrir o próprio bar no mesmo edifício. Com uma experiência anterior como funcionário do famoso Bar do Hélio, do Mercado Central, ele tomou a corajosa e visionária iniciativa de abrir o primeiro bar do Mercado Novo totalmente dedicado a atender os verdureiros, caminhoneiros e feirantes que movimentavam o lugar. O bar foi fundado em 7 de setembro de 1985 e desde seu primeiro dia funciona de 2h às 9h da manhã, nas madrugadas de terça a domingo.  

 

Desde o primeiro dia, também, Gilson Luiz Pereira e o irmão Luiz Otávio começaram a trabalhar no bar, ajudando o pai. O primeiro na flor dos seus 16 anos e o segundo com 14 anos à época, ali eles estão até hoje, 39 anos depois da fundação deste que é um dos bares mais amados pelos trabalhadores da madrugada e boêmios profissionais. Hoje, frequentado não só por feirantes e caminhoneiros, mas também por músicos, taxistas, garçons, porteiros e toda a fauna de profissionais da noite, o bar marcou e consolidou a independência financeira da família, que se tornou dona do imóvel em 1989.

Todos cozinham, mas é Luiz Otávio quem principalmente coordena as panelas, entregando o clássico da casa: o Frango Frito do Zé Luiz, a pedida mais indispensável de todas. Mas, como se pode supor, nem só desse prato vive essa maravilha. Cada dia de abertura tem um prato especial, a saber: na madrugada de terça para quarta, frango com quiabo; de quarta para quinta, vaca atolada (costela de boi com mandioca); de quinta pra sexta, não se furtem a crer, moqueca! De sexta pra sábado, feijoada; e finalmente, de sábado para domingo, o famoso salpicão (também servido aos feriados). A estufa também é recheada da mais tradicional comida de mercado.

O legado de Zé Luiz permanece após seu falecimento em 2003. Uma foto do patriarca marca a parede do local onde hoje seus filhos e uma neta seguem animando e encantando a madrugada da cidade. Não existe conhecer os botecos da cidade sem passar por este icônico ancião da noite. Fica aqui o convite, ou melhor dizendo, a intimação. 

 

André, neto do fundador e sucessor direto do seu pai, Luiz Fernando, e do seu tio, João Lúcio, é o atual administrador e garante que cada deta- lhe esteja como esperado para os novos e antiquíssimos frequentadores. Desde a cozinha, sempre movimentada, até o serviço impecável de chope, a dedicação da família é evidente, e é refletida nas paredes do bar, decoradas com prêmios que atestam a qualidade e a relevância do Café Palhares na cena gastronômica da cidade.

Com 86 anos de existência, o Café Palhares continua a ser um refúgio da memória afetiva em pleno Centro da cidade, resgatando uma saudo- dosa sensação mesmo naqueles que não viveram os tempos de sua origem. Hoje, passou por uma ampliação, contando com mesas na calça- da, o que garante maior rotatividade de clientes que podem contar com mais conforto na sua estadia. É um dos raros bares com a honra de ter um ponto de ônibus na porta com seu nome, confirmando a parada obrigatória ali para moradores e turistas.

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Descritivo
Um dos poucos refúgios da madrugada belo-horizontina, frequentado por feirantes do mercado até músicos insaciáveis, sempre atrás de algumas saideiras e um farto prato de comida boa. O frango frito é a especialidade da casa, os ingredientes são do próprio Mercado Novo, e o movimento de montagem das barracas ao redor é a atração principal.